Dias atrás dando aula em um curso de pós-graduação e, falando sobre a Sinestesia, uma aluna me perguntou; "professor, depois da sua fala, eu acho que sou sinestésica." O que falei em classe?
Que a sinestesia é uma mistura de dois ou mais sentidos, em geral dois. Não é uma doença, tampouco é uma coisa muito comum. Estima-se que o fenômeno atinja uma em cada 300 pessoas. Os exemplos mais comuns são - minha aluna também era assim - escutar uma nota musical, por exemplo, o ré, e ver (ao mesmo instante) a cor laranja. O mesmo pode acontecer com outras notas. Diferentemente do que a maioria sente que são as lembranças, sempre que sentem um cheiro, por exemplo, lembram da infância. A sinestesia é inconsciente. Não há com isso uma dificuldade de se relacionar com o meio, os sinestésicos conseguem reparar nesta mistura de sentidos.
O primeiro a descrever a sinestesia foi John Locke (lembram dele?), no ano de 1690, num ensaio sobre o entendimento humano. "Ele conta a história de um intelectual cego que, depois de muito refletir sobre como representar os objetos sensíveis, orgulha-se de ter finalmente percebido o significado da cor vermelha. É como o som de uma trompa."
Você é sinestésico?
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