segunda-feira, 30 de abril de 2007

Estimulação precoce

A natação é um esporte mágico, entre tantas vantagens, as gestantes têm a opção do exercício físico sem o sofrimento do bebê. Toda vez que obervo uma gestante na água, fico imaginando como o bebê deve agradecer pelo presente. Isso não deixa de ser uma estimulação precoce. Este termo geralmente descreve os programas de intervenção terapêutica e educativa, em distintos níveis, dirigidos a crianças de 0 a 6 anos (porque não antes do nascimento?) com problemas ou não em seu desenvolvimento, suas famílias e o meio, destinados a prevenir ou minimizar as possíveis alterações ou deficiências já existentes (Candel, 1999).
Por que as gestantes devem se preocupar com isso? Sabe-se que a geração de um ambiente rico em estímulos de diversos tipos, pode-se interferir positivamente na aquisição de funções ou capacidades que favoreçam a saúde da criança. São numerosas as disciplinas que sustentam a base teórica da estimulação precoce, como a neurologia, a psicologia, a pediatria, a pedagogia e outras. Desde a neurologia, do dr. Katona (Budapeste) fundamenta o que denominou de neuroabilitação ou reabilitação precoce, favorecendo a plasticidade do cérebro nos primeiros meses de vida, sobre a base da ativação e aproveitamento funcional de todas as estruturas do sistema nervoso central (SNC) que conservam a funcionalidade normal e inclusive aquelas que apresentam funções incompletas em relação com o dano cerebral (Mulas e Millá, 2002).
Se puder resumir as primeiras ações que a mãe deve tomar com o seu bebê poderia afirmar que o ambiente deve estar preparado para muitos estímulos, como: quartos coloridos, brinquedos sonoros, música para tranquilizar as crianças. Outras dicas quando a mãe estiver amamentando; o canto, a conversa, a massagem, tudo isso facilita a aproximação e o convívio. Regras como essas não são difíceis de se alcançar, o que não se admite, o que os psicanalistas chamam de "mãe geladeira", uma mãe fria nas relações com seu filho.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Neurônios-espelho

Em 1994, neurocientistas italianos, da Universidade de Parma, Itália, descobriram um novo funcionamento do cérebro, deram o nome de algumas células nervosas de Neurônios-espelho. O nome é resultado das observações que fazemos de ações alheias e que se espelha em nossos cérebros. Ao que tudo indica, nossa percepção visual inicia uma espécie de simulação ou duplicação interna dos atos de outros (Mente e Cérebro, 161, jun.2006). As reproduções destas pesquisas, com ressonância magnética funcional (fMRI) estão confirmando os resultados dos descobridores, o quanto a imitação é importante para a nossa formação. Isto significa que o cérebro associa a visão de movimentos alheios ao planejamento de seus póprios movimentos. A pergunta é: poderia essa propriedade espelho ser útil no tratamento de certos distúrbios neurológicos? Nosso grupo de pesquisa (FAP,Curitiba), iniciou uma outra reprodução enfatizando no tratamento de autistas o envolvimento destes "espelhos"; um programa baseado no visoespacial, no concreto, na imitação para o envolvimento destes alunos com o meio ambiente. São novas propostas que podem revolucionar o tratamento de muitas deficiências, e quem sabe, também o dos que não enxergam.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Maria Lenk, mergulhou em sono profundo

Morre mais uma pessoa que vai deixar muitas saudades, Maria Lenk. Nadadora que representou o Brasil na Olimpíada de Los Angeles, em 1932, foi a primeira mulher a representar o Brasil em uma Olimpíada. Sua paixão eram as piscinas, e este amor era tão grande que, mesmo aos 92 anos, depois de um treino regular, não suportou o mal estar e faleceu no hospital. Rompeu todos os paradigmas, campeã do mundo, mulher, sonhadora, séria e elegante, assim foi Lenk, com suas braçadas mostrou à todos que um sonho jamais deve ser largado no caminho, devemos morrer com ele, assim foi Maria.

Pós-Graduação em Francisco Beltrão em Educação Especial


segunda-feira, 9 de abril de 2007

Arte para deficientes

Sei não, mas toda vez que leio sobre deficientes visuais fico me perguntando qual a relação dessa deficiência com a arte dos antepassados. A história relata que a arte rupestre teve como "artistas" os homens mais criativos, utilizavam deste recurso como meio de comunicação. Fico me perguntando se estes "homens" não eram os deficientes. A lógica deste raciocínio é a certeza de que aquelas pessoas estavam, quando não eram eliminadas, aprisonadas nas cavernas. Isso é suficiente para acreditar que, com o tempo e a ociosidade, os deficientes se encarregavam de tal serviço, expressando-se pela arte. As provas para esta afirmação não existem, mesmo assim continuo acreditando nesta hipótese. A mesma suspeita pode-se aplicar às mulheres; não eram elas que permaneciam mais tempo nas cavernas? Por isso podemos supor que, a arte começa com os deficientes ou com as mulheres.
Muito em breve lanço um artigo para expor estas suposições.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Fundação para o Livro do Cego no Brasil

Dias atrás me perguntaram o que eu sabia sobre a Fundação para o Livro do Cego, uma organização reconhecida no Brasil pelos serviços prestados para os cegos. Depois deste acontecimento, fui buscar uma explicação mais detalhada nas referências de Marcos J.S. Mazzotta, no livro Educação Especial no Brasil, aí vai. A FLCB foi instalada em São Paulo no dia 11 de março de 1946. Sua criação resultou dos esforços de Dorina de Gouvea Nowill, professora de deficientes visuais que ficara cega aos dezessete anos de idade. Contando com a colaboração de Adelaide Reis de Magalhães e com o apoio de autoridades públicas do Estado de São Paulo e da comunidade em geral, a Fundação para o Livro do Cego no Brasil iniciou suas atividades com o objetivo de produzir e distribuir livros impressos em sistema braile. Posteriormente teve suas atividades ampliadas no campo da educação, reabilitação e bem- estar social das pessoas cegas e portadoras de visão normal. Conforme dispunham seus estatutos, a Fundação para o Livro do Cego no Brasil caracterizava-se como uma organização particular, sem fins lucrativos e, em coerência com sua denominação, de abrangência nacional. Tendo como finalidade "a integração do deficiente visual na comunidade como pessoa auto-suficiente e produtiva", sua manutenção sempre se realizou mediante obtenção de recursos públicos federais, estaduais e municipais, além de doações da comunidade em geral. Em 1990 a Fundação passou a chamar-se Fundação Dorina Nowill para Cegos.
Os colegas que estavam em dúvida, acredito que com isso possa ter esclarecido melhor quem foi Dorina.