quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Neurônios - Espelho

Espero que ainda não tenha publicado, neste espaço, nada sobre os neurônios-espelho, caso contrário, raro leitor, me perdoem.
É uma descoberta muito recente, coisa de uns dez anos, descoberta por dois cientistas Italianos quando pesquisavam outros temas, usando macacos como cobaias. Devido à esta descoberta, muitos estudos científicos relacionados à emoções e movimentos estão hoje em dia sendo refeitos. A educação também vai precisar rever alguns dos seus conceitos. Com o andamento das pesquisas sobre neurônios-espelho, acredita-se que as relações sobre sensações e intenções também estejam relacionadas aos neurônios da imitação. Este estudo mostra que nascemos e crescemos imitando, que aprendemos pela imitação e, se isso não acontecer, as sequelas são devastadoras. Pode-se imaginar que as crianças autistas, alguns deficientes intelectuais e outros devam ter falhas no aproveitamento dessas células.
Também parece que estes neurônios também operam no córtex somatossensorial, a área que registra o tato. Os exemplos dos mais velhos para as crianças em crescimento devem ser "modelos", caso contrário, o cérebro vai "imitar".

domingo, 26 de setembro de 2010

Um corpo duas cabeças

Fernando Pessoa

Se a nossa vida é provisória,
que seja linda e louca nossa história,
pois o valor das coisas
não está no tempo que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis
e pessoas incomparáveis.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Crianças e Aprendizagem

No decorrer destes últimos séculos, principalmente no último, as crianças foram compreendidas como tábula rasa, ou seja, nasciam como uma folha em branco. Muito tempo esta teoria foi aceita pela ciência, as experiências eram fundamentais para que as pessoas pudessem aprender. Acreditava-se, ainda há setores da população que acreditam nisso, que os primeiros meses de vida, pelo fato da criança ser muito passiva, elas não aprendiam nada. Como a ciência também evolui, descobriu-se que, a mente das crianças são ativas, mesmo aparentemente elas apresentarem um comportamento passivo - passam muito tempo dormindo.
No início do século passado aparece para o mundo Jean Piaget, com suas teorias das Estruturas Cognitivas Complexas. Piaget observou e confirmou dados imprtantes dos bebês: as representações de objetos, espaço, tempo, causalidade e personalidade que ocorriam nos dois primeiros anos de vida. Além disso, concluiu que o mundo dos bebês é uma fusão egocêntrica dos mundos interir e exterior.

No outro lado do mundo e na mesma época, outro gênio da psicologia já destilava seuas teorias: Vigotsky

Em outro momento, escrevo sobre as teoras de Vigotsky

domingo, 19 de setembro de 2010

Referência

Boa leitura.

INCLUSÃO: uma questão, também, de visão. O aluno cego na escola comum.
Autora: Luzia Guacira dos Santos Silva
Editora UFPB, 2008

"O texto com que a autora nos brinda neste livro não é, apenas, um relato de um processo de aprendizagem, ou uma demonstração do uso de estratégias de ensino utilizadas com uma criança cega; ele retrata uma experiência profissional bem sucedida junto a uma criança cega em contínuo crescimento e expansão, numa constante superação de si mesma "(...).

Livros falados

Repassando.

A Audioteca Sal e Luz é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que produz e empresta livros falados (audiolivros). Mas o que seria isto? São livros que alcançam cegos e deficientes visuais (inclusive os com dificuldade de visão pela idade avançada), de forma totalmente gratuita.
Seu acervo conta com mais de 2.700 títulos, que vão desde literatura em geral, passando por textos religiosos até textos e provas corrigidas voltadas para concursos públicos em geral. São emprestados sob a forma de fita K7, CD ou MP3.
Para ter acesso ao nosso acervo, basta se associar na nossa sede, que fica situada à Rua Primeiro de Março, 125- Centro.RJ. Não precisa ser morador do Rio de Janeiro.

A outra opção foi uma alternativa que se criou, face à dificuldade de locomoção dos deficientes na nossa cidade. Eles podem solicitar o livro pelo telefone, escolhendo o título pelo site, e enviaremos gratuitamente pelos Correios.
A nossa maior preocupação reside no fato que, apesar do governo estar ajudando imensamente, é preciso apresentar resultados. Precisamos atingir um número significativo de associados, que realmente contemplem o trabalho, senão ele irá se extinguir e os deficientes não poderão desfrutar da magia da leitura. Só quem tem o prazer na leitura, sabe dizer que é impossível imaginar o mundo sem os livros...

A Audioteca não precisa de dinheiro, mas de DIVULGAÇÃO!!

Audioteca Sal e Luz.

Rua Primeiro de Março, 125- 7º Andar. Centro - RJ. CEP 20010-000

Fone: (21) 2233-8007

Horário de atendimento: 08:00 às 16:00 horas

http://audioteca.org.br/noticias.htm

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Pesticidas aumetam TDAH em crianças e jovens

Há anos diversos estudos apontam a exposição a pesticidas organofosforados - compostos orgânicos à base de fóforo -, ainda em uso na agricultura, como um importante fator de risco para o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) em crianças que vivem na zona rural. Um novo estudo feito por cientistas das Universidades de Harvard, nos EUA, e de Montreal, no Canadá, com 1.139 crianças de diversas cidades americanas, traz evidências de que essa associação é forte também no ambiente urbano. Os pesquisadores analisaram a concentração de metabólitos de pesticidas organofosforados mais comuns na urina de crianças de 8 a 15 anos entre 2000 e 2004. Para um desses metabólitos, níveis mais altos que a concentração média das detectáveis se associram a um risco duas vezes maior de diagnóstico de TDAH. Publicado na revista Pediatrics, a pesquisa é um alerta sobre a constante e difusa presença de pesticidas no cotidiano, mesmo de quem vive nos grandes centros. Essas substâncias chegam à mesa por meio dos alimentos e da água, sobrevivem por anos no ambiente e têm efeitos biológicos de longo prazo, afetando principalmente o sistema nervoso e o endócrino.

Revista Mente e Cérebro, n.212, set. 2010, p. 23

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O ENTERRADO VIVO

É sempre no passado aquele orgasmo,
é sempre no presente aquele duplo,
é sempre no futuro aquele pânico

É sempre no meu peito aquela garra.
É sempre no meu tédio aquele aceno.
É sempre no meu sono aquela guerra.

É sempre no meu trato o amplo distrato.
Sempre na minha firma a antiga fúria.
Sempre no mesmo engano o outro retrato.

É sempre nos meus pulos o limite.
É sempre nos meus lábios a estampilha.
É sempre no meu não aquele trauma.

Sempre no meu amor a noite rompe.
Sempre dentro de mim  meu inimigo.
E sempre no meu sempre a mesma ausência.

Carlos Drummond de Andrade

Lembranças e Tempo

(...)"No decorrer da evolução, os seres humanos desenvolveram um relógio biológico ajustado a esse ritmo alternado de claridade e escuridão. Esse relógio, localizado no hipotálamo do cérebro, governa o que denomino TEMPO CORPORAL.
Mas há um outro tipo totalmente diverso de tempo. O TEMPO MENTAL diz respeito à maneira como experimentamos a passagem do tempo e como organizamos nossa cronologia. Apesar do tiquetaque constante do relógio, a passagem do tempo pode parecer rápida ou lenta, curta ou longa. E essa variabilidade pode ocorrer em diferentes escalas, de décadas, estações, semanas e horas, até minúsculos intervalos musicais - como a duração de uma nota ou o momento de silêncio entre duas notas. Nós também situamos os eventos no tempo, decidindo quando eles ocorreram, em ordem e em escala, se na escala de uma vida inteira ou de apenas alguns segundos.
Não sabemos como o tempo mental se relaciona com o relógio biológico do tempo corporal. Também não sabemos se o tempo mental depende de algum mecanismo de registro temporal ainda desconhecido, ou se a nossa percepção de duração e sequência dos eventos se baseia principalmente, ou exclusivamente, em processamento de informações. Se esta for a alternativa verdadeira, o tempo mental deve ser determinado pela atenção que dispensamos aos eventos e às EMOÇÕES QUE SENTIMOS quando eles ocorrem. O tempo mental deve ser também influenciado pela maneira como registramos esses eventos e pelas inferências que fazemos ao percebê-los e recordá-los."

Antonio Damásio
Revista Scientific American - Brasil (Em busca da consciência, n. 40)