terça-feira, 21 de agosto de 2012

Consciência

- Esfera da consciência: Centro e Margem

"A tradição fenomenológica aborda o campo da consciência articulando a distinção entre um ponto central e áreas periféricas. Em seu significado e em suas dimensões, trata-se de uma estrutura momentânea, transitória, sincrônica, que permite o emergir e o constituir-se da consciência a partir de uma protoexperiência que brota da tensão entre a pulsão e o objetivo. É desse modo que o sujeito se abre para o mundo com uma orientação e um significado que marcam essa relação intencional.
A essa "consciência constituída" - que afinal é a estrutura que invariavelmente da forma à relação do EU com o mundo - corresponde uma tripla estratificação funcional: a) a possibilidade de abrir-se para o mundo e nele orientar-se; b) a capacidade de distribuir o espaço vivenciado conforme o que pertence ao sujeito ou ao mundo dos objetos; c) a faculdade de deter (e preencher) o tempo como "espaço de tempo"que constitui o presente. Essa faculdade deve ser entendida como uma intencionalidade consciente que permite explicitar histórica, axiológica e verbalmente os acontecimentos e o sentido de si, como ser problemático na (e mediante) sua própria formulação.

Um trecho do artigo "Eu e o mundo" por Mauro Maldonatto
da Revista Mente e Cérebro (Coleção), 2012.

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