domingo, 24 de junho de 2012

Poeminha de domingo

Soneto da separação         (Vinícius de Moraes)

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das mãos unidas fez-se a espuma
E da mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente

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