(...) a partir do séc. XVIII, a língua de sinais passa a ser banida das escolas, juntamente com os professores surdos que nelas atuavam, e as experiências pedagógicas desenvolvidas passaram a ter como objetivo ensinar a falar e a compreender o que era falado através da leitura labial. Com a realização do Congresso de Milão, em 1778, na Itália, a filosofia denominada Oralismo enraizou, definitivamente, suas bases como políticas linguísticas oficial na educação de surdos.
Com base nos pressupostos do Oralismo, acreditava-se que o pensamento somente era possível através da mediação da língua oral, do qual dependia. Assim, o espaço das instituições especializadas para surdos transformou-se em um território médico-hospitalar e, para mais de um século, é marcada pela concepção clínico-terapêutica da surdez.
Sáchez (1997) e Skliar (1997, p. 3) caracterizam essa concepção como o da "medicalização da surdez", ou seja, pelo forte viés curativo da medicina em sua compreensão, refletiu-se em práticas escolares de atenção à cura do problema auditivo, à correção de defeitos da fala, ao treinamento de habilidades, como a leitura dos lábios e a articulação (...).
Do trecho do livro "Cadernos de Educação Inclusiva" de Sueli Fernandes, que foi lançado hoje de tarde na UFPR, no Simpósio de Altas Habilidades.
PROGRAD da UFPR que lançou o livro (caderno) com organização de Laura C. Moreira e Rosangela G. Seger.
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