Há muitos anos tive o prazer de conhecer a Dna. Dorina, como me apresentaram. Na ocasião ficou encantada com o trabalho que eu realizava com "Judô para cegos" e eu, impávido, dizendo que era eu que estava encantado em conhecê-la. Não a vi mais depois daquele encontro, somente torcia para que ela e a sua "Fundação Dorina Nowill para Cegos" continuasse a ser o que era, uma grande representação de cegos no Brasil e na América Latina.
Nasceu em 1919, a cegueira alcançou-a aos 17 anos. Depois de todas as dificuldades encontradas na vida por ser cega, em 1946, criou a Fundação. Deixou-nos ontem (dia 29/08/2010), são 91 anos de lutas, entre elas, pela própria sobrevivência, mais acredito que, a mais difícil ela conseguiu mostrar para todos nós, criar uma Fundação no Brasil para auxiliar as pessoas cegas.
Que continue iluminada, como sempre foi.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP)
Conceitos esses que usamos em casa, nas escolas, nas aprendizagens em geral mas, nem sempre sabemos como defini-lo. Para ajudar em nossas práticas, sejam elas na Educação Especial ou mesmo na Escola Regular, a compreensão de alguns conceitos de aprendizagens são fundamentais. Alguns parecendo-se muito estáticos, sem uma lógica para a dinâmica que é a educação dos nossos dias, outros, talvez mais próximos do nosso cotidiano. Começo por ZDP, muito discutido em nossas escolas.
"Um primeiro conceito é o desenvolvido por Vygotsky, que poderia ser enunciado como a distância que existe entre as capacidades, conhecimentos e realizações da criança quando resolve um problema ou realiza uma tarefa por si mesma e sem ajuda, ao que denomina zona de desenvolvimento atual (ZDA), e o que é capaz de realizar com orientação, ajuda ou apoio do adulto."
"Como a zona de desenvolvimento proximal ou potencial não é algo estático, não é algo que a criança "possui", como se cria, e quais são seus limites? A zona de desenvolvimento proximal cria-se e amplia-se sem limites em função do PROCESSOS INTERATIVOS que se estabelecem entre a mãe e a criança, entre os pais e a criança, entre umas crianças e outros com distintos níveis de capacidade, entre o aluno e o professor. A zona de desenvolvimento proximal cria-se num entorno social que possibilita a realização de atividades de ensino-aprendizagem. Bruner fala que o desenvolvimento da criança depende dos andaimes que lhe proporcionam as ajudas, guias, orientações do entorno social."
Manual de dificuldades de aprendizagem. Linguagem, leitura, escrita e matemática.
Jesus Nicasio García
"Um primeiro conceito é o desenvolvido por Vygotsky, que poderia ser enunciado como a distância que existe entre as capacidades, conhecimentos e realizações da criança quando resolve um problema ou realiza uma tarefa por si mesma e sem ajuda, ao que denomina zona de desenvolvimento atual (ZDA), e o que é capaz de realizar com orientação, ajuda ou apoio do adulto."
"Como a zona de desenvolvimento proximal ou potencial não é algo estático, não é algo que a criança "possui", como se cria, e quais são seus limites? A zona de desenvolvimento proximal cria-se e amplia-se sem limites em função do PROCESSOS INTERATIVOS que se estabelecem entre a mãe e a criança, entre os pais e a criança, entre umas crianças e outros com distintos níveis de capacidade, entre o aluno e o professor. A zona de desenvolvimento proximal cria-se num entorno social que possibilita a realização de atividades de ensino-aprendizagem. Bruner fala que o desenvolvimento da criança depende dos andaimes que lhe proporcionam as ajudas, guias, orientações do entorno social."
Manual de dificuldades de aprendizagem. Linguagem, leitura, escrita e matemática.
Jesus Nicasio García
Faça amigos
"Faça amigos na dor e você nunca estará sozinho"
Ken Chlouber, minerador do Colorado (EUA) e criador da prova Leadville Trail 100
Ken Chlouber, minerador do Colorado (EUA) e criador da prova Leadville Trail 100
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Estudo mostra preconceito contra crianças estrábicas
Matéria da Folha de São Paulo, 19 de agosto de 2010:
Um olho prestando atenção no gato, outro no peixe da frigideira. Ser vesgo não é só ter de ouvir piadas como essa, mas sofrer preconceito na hora de conseguir um emprego ou um parceiro.
O grupo que já demonstrara esses efeitos sociais do estrabismo agora relata que a criança estrábica tem menos chances de ser convidada para festinhas de aniversário.
Segundo Stefania Margherita Mojon-Azzi, Andrea Kunz e Daniel Stéphane Mojon, o precoceito contra crianças estrábicas aparece já em torno dos seis anos.
A equipe recrutou para o estudo 118 crianças de três a 12 anos que eram pacientes de uma clínica de oftalmologia em Saint Gallen, Suíça; nenhuma era estrábica.
Os pesquisadores usaram fotos de crianças que seriam ou não convidadas para a suposta festa. A mesma foto era alterada para criar um "gêmeo" estrábico. Um dos "gêmeos" era esotrópico (vesgo como o olho para fora), outro era endotrópico (vesgo com o olho para dentro).
Havia um conjunto de fotos de um garoto e outro de uma menina, um total de seis fotos. A cor da camiseta também era modificada na foto.
Cada criança tinha que escolher quatro vezes, ou seja, poderia convidar um estrábico de zero a quatro vezes. Entre 48 crianças com idade entre seis e oito anos, nada menos que 18 não convidariam nenhum vesgo; 17 escolheram só uma vez, 11 o fizeram duas vezes e apenas duas escolheram três vezes. Nenhuma escolheu o estrábico as quatro vezes.
Um olho prestando atenção no gato, outro no peixe da frigideira. Ser vesgo não é só ter de ouvir piadas como essa, mas sofrer preconceito na hora de conseguir um emprego ou um parceiro.
O grupo que já demonstrara esses efeitos sociais do estrabismo agora relata que a criança estrábica tem menos chances de ser convidada para festinhas de aniversário.
Segundo Stefania Margherita Mojon-Azzi, Andrea Kunz e Daniel Stéphane Mojon, o precoceito contra crianças estrábicas aparece já em torno dos seis anos.
A equipe recrutou para o estudo 118 crianças de três a 12 anos que eram pacientes de uma clínica de oftalmologia em Saint Gallen, Suíça; nenhuma era estrábica.
Os pesquisadores usaram fotos de crianças que seriam ou não convidadas para a suposta festa. A mesma foto era alterada para criar um "gêmeo" estrábico. Um dos "gêmeos" era esotrópico (vesgo como o olho para fora), outro era endotrópico (vesgo com o olho para dentro).
Havia um conjunto de fotos de um garoto e outro de uma menina, um total de seis fotos. A cor da camiseta também era modificada na foto.
Cada criança tinha que escolher quatro vezes, ou seja, poderia convidar um estrábico de zero a quatro vezes. Entre 48 crianças com idade entre seis e oito anos, nada menos que 18 não convidariam nenhum vesgo; 17 escolheram só uma vez, 11 o fizeram duas vezes e apenas duas escolheram três vezes. Nenhuma escolheu o estrábico as quatro vezes.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Sapos, experiências e sistema nervoso
Relato agora um trecho do livro "A árvore do conhecimento" do Humberto Maturana e Francisco Varela, nesta experiência, os autores mostram como nosso sistema nervoso se impõe graças as conectividades, o mundo ao redor é apenas um cenário. A visão mais uma vez é a mair prova disso. Criamos o "nosso" mundo graças as nossas conveniências cerebrais. A experiência é feita com sapos. Vamos "escutar" os autores.
(...) Toma-se um girino, ou larva de sapo, corta-se a borda de seu olho - respeitando o nervo óptico - e faz-se com ele um giro de 180 graus. Deixa-se que o animal assim operado complete seu desenvolvimento larvar e sua metamorfose, até que se transforme num adulto. Toma-se agora o sapo experimental e, com o cuidado de cobrir o olho virado, mostra-se a ele uma MINHOCA. A língua se projeta para adiante e acerta perfeitamente o alvo. Repetimos o experimento, dessa vez cobrindo o olho normal. E verificamos que o animal lança a língua com um desvio de exatamente 180 graus. Ou seja, se a presa está abaixo do animal ou à sua frente, como seus olhos apontam um pouco para o lado ele gira e projeta a língua para cima e para trás. O animal atira sua língua como se a zona da retina onde se forma a imagem da presa estivesse em sua posição normal.
Esse experimento revela, DE FORMA DRAMÁTICA, que para o animal o acima e o abixo e o adiante e o atrás NÃO EXISTEM em relação ao mundo exterior, do mesmo modo que existem para o observador. O que há é uma correlação INTERNA entre o lugar onde a RETINA recebe uma determinada perturbação e as contrações musculares que movem a lingua, a boca, o pescoço e, por fim, o corpo inteiro do sapo.
(...) Toma-se um girino, ou larva de sapo, corta-se a borda de seu olho - respeitando o nervo óptico - e faz-se com ele um giro de 180 graus. Deixa-se que o animal assim operado complete seu desenvolvimento larvar e sua metamorfose, até que se transforme num adulto. Toma-se agora o sapo experimental e, com o cuidado de cobrir o olho virado, mostra-se a ele uma MINHOCA. A língua se projeta para adiante e acerta perfeitamente o alvo. Repetimos o experimento, dessa vez cobrindo o olho normal. E verificamos que o animal lança a língua com um desvio de exatamente 180 graus. Ou seja, se a presa está abaixo do animal ou à sua frente, como seus olhos apontam um pouco para o lado ele gira e projeta a língua para cima e para trás. O animal atira sua língua como se a zona da retina onde se forma a imagem da presa estivesse em sua posição normal.
Esse experimento revela, DE FORMA DRAMÁTICA, que para o animal o acima e o abixo e o adiante e o atrás NÃO EXISTEM em relação ao mundo exterior, do mesmo modo que existem para o observador. O que há é uma correlação INTERNA entre o lugar onde a RETINA recebe uma determinada perturbação e as contrações musculares que movem a lingua, a boca, o pescoço e, por fim, o corpo inteiro do sapo.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Cegos, cheiros e atração sexual
Como as pessoas cegas são atraídas pelo sexo oposto? Alguns podem afirmar que pelo simples fato da presença física e pela conversa estabelecida são suficientes para a atração. Outros dirão que é pelo tato; os mais romântico têm certeza que o amor à primeira "vista" (sem trocadilho) não precisa da visão.
Não sei se respondo esta questão, mas uma teoria neurofisiológica pode muito bem ajudar-nos. Empresto as imformações do livro "O cérebro em transformação" da Suzana Herculano-Houzel.
...As diferenças começam já na porta de entrada (nariz), na primeira estrutura que detecta os feromônios: o órgão vomeronasal, situado estrategicamente no nariz, que é atravessado incessantemente por correntes de ar que trazem amostras do ambiente. Um vez detectados por receptores específicos, presentes em algumas espécies (como a nossa) também no epitélio olfativo, feromônios podem ou não produzir uma sensação consciente de cheiro - mas, por definição, provocam uma alteração no comportamento.
Do órgão vomeronasal em diante, os machos, homens inclusive, têm mais neurônios do que as fêmeas em todas as estruturas da chamada "via vomeronasal", que processam os sinais trazidos pelos feromônios. Nos humanos, o órgão vomeronasal é sexualmente dimórfico tanto em estrutura quanto em função: além de possuir mais neurônios nos homens do que nas mulheres, a resposta elétrica registrada na estrutura a feromônios sintéticos é diferente neles e nelas.
Portanto, só pela aproximação de uma pessoa do sexo oposto, sem o uso da visão, já é o suficiente para sentirmos atração. Lógico que, se a visão estiver presente, podemos decidir com mais precisão.
É isso.
Não sei se respondo esta questão, mas uma teoria neurofisiológica pode muito bem ajudar-nos. Empresto as imformações do livro "O cérebro em transformação" da Suzana Herculano-Houzel.
...As diferenças começam já na porta de entrada (nariz), na primeira estrutura que detecta os feromônios: o órgão vomeronasal, situado estrategicamente no nariz, que é atravessado incessantemente por correntes de ar que trazem amostras do ambiente. Um vez detectados por receptores específicos, presentes em algumas espécies (como a nossa) também no epitélio olfativo, feromônios podem ou não produzir uma sensação consciente de cheiro - mas, por definição, provocam uma alteração no comportamento.
Do órgão vomeronasal em diante, os machos, homens inclusive, têm mais neurônios do que as fêmeas em todas as estruturas da chamada "via vomeronasal", que processam os sinais trazidos pelos feromônios. Nos humanos, o órgão vomeronasal é sexualmente dimórfico tanto em estrutura quanto em função: além de possuir mais neurônios nos homens do que nas mulheres, a resposta elétrica registrada na estrutura a feromônios sintéticos é diferente neles e nelas.
Portanto, só pela aproximação de uma pessoa do sexo oposto, sem o uso da visão, já é o suficiente para sentirmos atração. Lógico que, se a visão estiver presente, podemos decidir com mais precisão.
É isso.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
PABLO NERUDA
Quero apenas cinco coisas
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero ser...sem que me olhes
Abro mão da primavera para que
continues me olhando.
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero ser...sem que me olhes
Abro mão da primavera para que
continues me olhando.
Exercícios Cerebrais
Não está com vontade de praticar esportes? Não faz mal: simplesmente imagine! Apenas isso pode aumentar a força muscular. Pelo menos é o que garantem pesquisadores da Clínica Cleveland, em Ohio, nos Estados Unidos. O médico Vinoth Ranganathan e seus colegas pediram a 30 adultos saudáveis que mentlizassem da forma mais intensa e detalhada possível o curvr do dedo mínimo de uma das mãos. Após treinamento de 15 min. diários, cinco dias por semana, durante 12 semanas, a força muscular do dedo "mentalizado" dos atletas mentais aumentou em aproximadamente 35%. Tomografias demonstraram que áreas do cérebro frontal que preparam os movimentos se tornaram mais ativas. Aparentemente, o aumento da força deveu-se a uma "linha direta" entre o cérebro e os músculos.
Revista Mente e Cérebro, nº 211, 2010, p.43
Revista Mente e Cérebro, nº 211, 2010, p.43
DARWIN e os OLHOS
"Supor que o olho, com todos os seus dispositivos inimitáveis para ajustar o foco a diferentes distâncias, acomodar-se a diferentes quantidades de luz e corrigir as aberrações esfércas e de cor, poderia ter-se formado por seleção natural parece, e confesso sem receio, um absurdo até o mais alto grau."
Do livro "A linguagem de Deus" de Francis S. Collins (diretor do projeto genoma)
Do livro "A linguagem de Deus" de Francis S. Collins (diretor do projeto genoma)
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Tratamento com botox
Sorria, você está sendo filmado! Acho que por isso as pessoas se preocupam tanto com às aparências. Nosso cartão de visitas, o rosto. O botox ou a "toxina botulínica", usado hoje em dia na medicina, para os procedimentos de estética e neuromuscular, tem sua origem de aplicação em uma área diferente do que se conhece nos dias de hoje.
A toxina botulínica é um agente paralisante produzido pela bactéria "Clostridium Botulinum", causadora do botulismo. Pois bem, depois de muitos estudos, principalmente na década de 60, comprovou-se que, o botulismo bloqueava a liberação da acetilcolina - neurotransmissor, responsável pela contração muscular.
Constatato isso, em 1980, essa droga foi testado em humanos, para o tratamento de ESTRABISMO. Isso mesmo, os testes do botox começam com os oftalmologistas, com doses pequenas da droga. Além disso, foi testado também para os espasmos involuntários da musculatura das pálpebras e distonias. Pelas observações nestes testes, outros pesquisadores, mais tarde, introduzem a toxina para a área da estética, o que é muito difundido nos dias de hoje.
A inovação dessas aplicações, depois da oftalmologia e estética, é a toxina botulínica utilizada nas espasticidades (neurologistas), nos casos recomendados de paralisia cerebral. Com as aplicações, diminui-se as espasticidades nestes pacientes e a reabilitação acaba se tornando mais interessante.
A toxina botulínica é um agente paralisante produzido pela bactéria "Clostridium Botulinum", causadora do botulismo. Pois bem, depois de muitos estudos, principalmente na década de 60, comprovou-se que, o botulismo bloqueava a liberação da acetilcolina - neurotransmissor, responsável pela contração muscular.
Constatato isso, em 1980, essa droga foi testado em humanos, para o tratamento de ESTRABISMO. Isso mesmo, os testes do botox começam com os oftalmologistas, com doses pequenas da droga. Além disso, foi testado também para os espasmos involuntários da musculatura das pálpebras e distonias. Pelas observações nestes testes, outros pesquisadores, mais tarde, introduzem a toxina para a área da estética, o que é muito difundido nos dias de hoje.
A inovação dessas aplicações, depois da oftalmologia e estética, é a toxina botulínica utilizada nas espasticidades (neurologistas), nos casos recomendados de paralisia cerebral. Com as aplicações, diminui-se as espasticidades nestes pacientes e a reabilitação acaba se tornando mais interessante.
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