quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Ponto cego

Gostaria de compartilhar algumas reflexões sobre a biofilosofia da percepção visual orientado pelo autor Philippe Meyer (O olho e o cérebro). Necessário estas discussões para que possamos compreender a educação com um "novo olhar". Podemos iniciar a reflexão discutindo como o cérebro interpreta o que os olhos captam das informações do meio. Acho que nossos "cérebros" estão preparados em parte para responder todas as necessidades. Só conseguimos responder o que enxergamos quando temos as informações anteriores armazenadas, caso contrário, não conseguimos identificar o que vemos. E o ponto cego? Edme Mariotte, físico amador residente em Dijon, comunicou em 1666 à Academia de Ciências as suas Observações sobre o órgão da visão, pelos quais demonstrava a existência de um ponto cego no campo visual. E o que isso tem a ver com a educação? As descobertas, segundo Philippe, demonstram que, ao lado do conhecimento explícito, há lugar para um conhecimento implícito. Isto devido a tal PONTO CEGO, ou seja, um olhar não desejado, uma tomada de consciência não intencional do meio ambiente (p.77). Esse conhecimento implícito (do "olhar" do ponto cego) que é automático, corre o risco, da mesma forma que uma sensação percebida, de entrar nos ARQUIVOS da memória e de deixar uma RASTRO ulteriormente recuperável.

o autor ainda informa, sobre os nossos "pontos cegos" que existe uma síndrome similar à da visão cega relacionada com o tato. Chamada por essa razão de "tato cego" (blind touch).

Isso tudo pode fazer-nos pensar que, muitas coisas que vemos e não percebemos podem um dia ser usado para novas percepções e outras, que achamos que "vemos", nunca serão decodificadas pois não foram processadas organizadamente em nosso cérebro. por isso existe a diferença básica entre ver e enxergar.

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