domingo, 1 de julho de 2007

Um pouco de história

Não sei como apareceu nas minhas "arrumações" um livro chamado "O HOMEM DESCOBRE SEU CORPO" de André Senet, edição de 1958, isso mesmo, não me enganei não. Fantástica a obra, um relato histórico e romântico do corpo humano. O livro trata de como tudo aconteceu, quem foram os principais pesquisadores, enfim, a história do corpo resgatada e não esquecida. Em um dos capítulo de Senet, descubro que o poeta romântico Victor Hugo sofre várias derrotas para entrar na Academia Francesa para o talentoso Marie Jean-Pierre Flourens. Então, quem é este tal de Flourens que supera em qualificação e sabedoria o mestre Victor Hugo? Em 1821 escreve uma das principais obras sobre o sistema nervoso "Pesquisas Experimentais Sobre as Funções e as Propriedades do Sistema Nervoso nos Animais Vertebrados. Flourens inicialmente trabalha com rãs e descobre que, privadas do cérebro conservam intactos o bulbo raquidiano e a medula espinal e continuam vivas: o coração continua a bater e a respiração continua regular. Para à época a descoberta é fantástica, novas possibilidades de estudos surgem à partir destes achados. Outro descobrimento importante de Flourens, também na mesma época, que muda os conceitos da fisiologia. Para o estudo do cerebelo ele utilizou pombos e...bem, sem o cerebelo o animal não conseguiu mais se orientar, fica titubeando como um homem em estado de embriaguez (ai, que coisa mais conhecida), além disso, é incapaz de voar e seus batidos de asas são irregulares, sem coordenação. Em contrapartida, não há paralisia alguma, o que demonstra que o cerebelo é o órgão do equilíbrio, o que controla a distribuição das ordens motoras aos diferentes músculos. Hoje, os estudos do cerebelo indicam para novas funções, inclusive da inteligência. Voltamos à 1840, Flourens quando pratica a ablação (para quem não sabe, significa, arrancar, tirar) dos hemisférios cerebrais sem ferir o cerebelo o pombo voa perfeitamente se é lançado no ar, porém jamais toma por si mesmo a iniciativa do vôo, ficando nem estado de prostração total, indiferente a tudo quanto se passa a seu redor (oferta de alimentos, ruídos, sinais luminosos, ameaças, etc. ). Concluiu-se com esta experiência inicial, e que mudou os chamados paradigmas (palavra que já cansou) da fisiologia humana, afirmando que os hemisférios cerebrais são, a sede da vida psíquica, ou seja, qualquer ato voluntário, consciente, implica uma parte de inteligência, sensibilidade e memória.
É isso por enquanto, espero que esta leitura tenha servido para algo.

2 comentários:

Douglas disse...

Muito legal, isso vai ser muito útil nas minhas procuras pra Altas habilidades e Superdotação!Abraço Juca

Lorena Barolo disse...

Parabéns, é sempre muito bom ler sobre assuntos interessantes!