A linguagem verbal humana seria inerente à espécie, ou fruto de aprendizagem? O linguista Noam Chomsky, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a maior referência, diga-se de passagem, confirma que a linguagem é essencialmente genética. Para confirmar esta teoria, a geneticista Simon Fisher, da Universidade de Oxford, identificou o cromossoma 7 modificado, da linguagem que, logo foi batizado de FoxP2. Esta descoberta é importante pois trata-se da primeira evidência genética para a origem da linguagem falada. Há muito já sabemos das áreas de Wernicke, área responsável pela compreensão da fala e, de Broca, para a produção motora da fala.Também sabemos pelos estudos anteriores que, os gânglios da base e o cerebelo auxiliam a modular os movimentos e são essenciais para as habilidades motoras complexas, ajudam inclusive a tocar um instrumento musical. Estas descobertas recentes incrementam novas possibildades de atuação da genética, a propor inclusive o tratamento de muitas pessoas que já poderiam estar falando normalmente. Atrás disso não podemos esquecer que os deficientes da fala continuam discriminados, excluídos. Foram e continuam sendo marginalizados da sociedade capitalista. Só como curiosidade histórica; foi preciso uma mente revolucionária para ajudar a comunicação dos surdos-mudos no séc. XVI, quando tudo começou. O abade De l Epée, muito humildemente, coisa não muito comum para um abade, foi buscar inspiração na lingua de sinais nativa dos surdos pobres que vagavam por Paris. Antes disso, todos os surdos-mudos não eram instruídos para iniciar uma comunicação com expressão corporal, hoje conhecida como LIBRAS. Desde do abade Epée, até esta descoberta do gene FoxP2, muitas pessoas continuam sem uma alternativa clara para a reabilitação, hoje a realidade mudou mas, precisamos muito coisa ainda para incluir uma parcela da população que está ansiosa por novas descobertas.
Um livro interessante sobre surdos-mudos, que trata desde assuntos históricos como alternativas de tratamento, chama-se "VENDO VOZES" de Oliver Sacks da Companhia das Letras, muito interessante o livro.
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