segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

CULTURA CORPORAL

PERNAS, PRA QUE TE QUERO


Desde muito jovem acreditei na popularização da atividade física, sem pretensões das glórias, obviamente. Diferentemente dos meus tempos de faculdade, quando as provas científicas dos exercícios físicos para o corpo eram mais difíceis, hoje, sobram motivos para todo cidadão se mexer. Uma pena que as autoridades ainda não perceberam isso. Depois de ler os trabalhos de Doreen Kimura, de uma Universidade Americana, acrescentei mais um bom motivo para continuar acreditando nos benefícios dos esportes. Em seus trabalhos com neurociência, afirma que os movimentos da boca dependem da mesma faculdade que guia os movimentos balísticos de mão, ou seja, melhorias na destreza poderiam ajudar na linguagem, e vice-versa. Supõe-se que a capacidade de fazer arremessos acurados, que teriam ajudado os hominídeos a sobreviver aos episódios de resfriamento nos trópicos, também abriu a possibilidade de comer carne regularmente e de sobreviver ao inverno em zona temperada. O dom da fala seria um benefício acidental. Como são milhões de anos a evolução da nossa espécie, é certo que o DNA dos nossos craques dos esportes são, na sua maioria, de herdeiros diretos desses caçadores e primatas eficientes nas suas especialidades. Um movimento balístico como um arremesso no basquete, tem muito mais a ver com a evolução do que qualquer outro raciocínio lógico usado diariamente. Agora, imaginem o resultado de toda essa evolução quando vemos uma jogada de futebol, como a do Alexandre Pato, ontem, com toques mágicos, que encantam qualquer retina. Como estamos no século da genética, em breve estaremos comentando sobre os genes que capacitam um cidadão à craque, ou quem estará apto a arremessar bem. Mesmo com essas descobertas é preciso que estes genes “despertem” e cumpram a sua função, como já se sabe quando aparecem alguns tipos de doenças, ou seja, o meio influenciando a genética. Então, que 2007 possamos ser “agentes inovadores do esporte”, vamos começar a jogar gol-a-gol, ou quem sabe, improvisar uma cesta de basquete e treinar na garagem de casa.

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