sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Criança orquídea

Repasso um pouco da matéria "À procura da criança orquídea" da Revista Mente e Cérebro deste mês.

(...) Os autores do artigo, Bruce J. Ellis, da Universidade do Arizona, e W. Thomas Boyce, especialista em desenvolvimento humano da Universidade da Califórnia em Berkeley, utilizaram o termo sueco orkidebam, para designar um novo conceito surpreendente em genética e desenvolvimento infantil.
A palavra significa, literalmente, "criança orquídea" e se contrapõe ao termo maskrosbam, ou "criança dandélio" (uma flor mais conhecida no Brasil como dente-de-leão). Como Ellis e Boyce explicaram no artigo, crianças dandélios parecem ter a capacidade de sobreviver - e até prosperar - em quaisquer circunstâncias em que se encontrem. São psicologicamente resilientes. As crianças orquídeas, ao contrário, são extremamente sensíveis ao ambiente, principalmente no que diz respeito aos cuidados maternos e paternos que recebem. Se negligenciadas, definham rapidamente, mas se forem bem cuidadas, não só sobrevivem mas até se destacam. Na linguagem poética dos autores, uma criança orquídea torna-se "uma flor de rara beleza e delicadeza."
(...) A maior parte do trabalho, que se concentrou inicialmente nos genes chamados pelos pesquisadores de "suspeitos normais", foi bem sucedida. Estudos subsequentes mostraram que os genes associados a determinadas enzimas ou receptores químicos do cérebro, se combinados com estresse vivido na família ou maus tratos, podiam disparar o gatilho dos problemas comportamentais ou transtornos de humor. Essas associações foram verificadas repetidamente, e os cientistas agora estão procurando outros genes que possam ter papel de destaque no mecanismo dessa aguçada sensibilidade infantil. (...)

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