segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Fenomenologia da percepção das cores

(...) Em 1888, o doutor Verry, médico oftalmologista em Neuchâtel, durante a autópsia de um de seus doentes que perderam a visão das cores, descobre um tumor situado fora do córtex estriado (ou seja, fora da área visual primária, V1). Existiria portanto, conclui ele, um "centro do sentido das cores" no lobo occipital.
Mas os neurologistas permaneceram céticos, porque a perda da visão de cores (a acromatopsia) é em geral, acompanhada de um escotoma, isto é, de um ponto cego do campo visual, que uma lesão da área visual primária induz. Eles pensavam que a visão das cores vinha de uma parte particularmente sensível dela. "É clássico considerar a acromatopsia como resultante de uma lesão leve da esfera visual", escreviam Pierre Marie & Chatelin em 1915.

A percepção de cores exige a participação do receptor periférico (olho) e do analisador central (a área V4 do cérebro). Os dois elementos do par funcional são necessários. Em sua forma pura, o daltonismo testemunha a responsabilidade dos CONES na visão de cores: o vermelho ou o verde (ou ambos) não são percebidos porque os cones não foram dotados de pigmentos dessas cores, por causa de um gene deficiente do cromossoma X.

Philippe Meyer, p. 55

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