quarta-feira, 5 de setembro de 2007

MARCAPASSO DO ENVELHECIMENTO

Esta é a minha coluna do Jornal do Estado desta semana


Envelhecer com saúde não é para todos, envelhecer sim, empurram-nos para esta idade conhecida como plena (do quê?). A cada ano aparecem novos estudos confirmando o que precisamos fazer para envelhecer com, digamos assim, saúde do Oscar Niemeyer. Pelé também faz parte daquelas pessoas que “parecem que não envelhecem”. Uma coisa é certa e, não podemos esquecer; hipófise, pâncreas, supra-renal e tireóide, modifica-se com a idade. Segundo alguns estudos, 40% dos indivíduos com 65 a 75 anos de idade e de 50% daqueles com mais de oitenta anos exibem uma tolerância à glicose deteriorada que resulta em diabetes tipo 2. Em outras palavras, essa é a forma mais comum dessa doença e, pior, muitos destes casos não são diagnosticados. Estas evidências não podem ser determinantes, caso contrário estaríamos, todos, sujeitos a morrer depois de comer uma sobremesa ou um churrasco de final de semana. Com exceção da predisposição genética e dos possíveis efeitos do próprio envelhecimento, a maior incidência na maioridade relaciona-se a dietas desbalanceadas, atividade física irregular e inadequada e, lógico, maior quantidade de gordura corporal, principalmente na região visceral-abdominal. Nesta lógica, as mulheres já fazem parte deste cálculo, do envelhecimento precoce e doentio, coisa que há pouco tempo estava longe destas estatísticas. Somado a isto, ou seja, aos problemas hormonais, temos uma redução de massa muscular e óssea de 10% a cada década depois dos trinta anos. Lógico que não são todos que vão perder esta quantidade de músculo e osso, apenas os “largados”, os que realmente não gostam de se mexer. Millôr, um dia escreveu sobre caminhada “é o que as pessoas fazem quando saem do carro e vão até o elevador”. Estas regras podem ser rompidas quando mantemos o corpo em movimento, a andropausa masculina e a menopausa não significam apenas diminuição do metabolismo, mas sim, sinais de novos tempos. Como não conheço o Oscar Niemeyer nem o Pelé pessoalmente, acredito que, além de tudo isso, eles se reinventaram, descobriram uma novo projeto de vida. Talvez isso seja um bom exemplo para os mais velhos, novos desafios. E que venham.

Um comentário:

Douglas disse...

E viva a experiência... vamos nos manter ativos para sempre podermos reencontrar os amigos com boa saúde. Forte abraço Juca.