A matéria principal da revista EPOCA desta semana é sobre autismo, que por sinal muito didática. Na matéria como em algumas colunas aqui escritas, a preocupação dos pesquisadores continua sendo o grande número de crianças sem um diagnóstico preciso. O Brasil precisa urgentemente de um programa nacional para uma avaliação e diagnóstico padronizados e coerente, que favoreçam um encaminhamento para a reabilitação o mais precoce possível. As escolas especializadas existem, apenas carecem de um acompanhamento mais diretivo, sentem falta deste amparo de informações técnicas oriundas de fontes governamentais seguras.
Aproveitando o momento, aproveito para relacionar algumas teorias (neurofisiológicas) que sustentam algumas explicações sobre causas do autismo. Dawson e Lewy, 1989, apontam falhas nas estruturas dos hemisférios cerebrais, principalmente no lobo frontal, que explica as dificuldades no comportamento social. Essa abordagem explica os sintomas autisticos - retraimento social e estereotipias - como resultado de uma dificuldade em modular a experiência sensorial. Para explicar isso estudos apontam uma sobrecarga sensorial durante a interação social, considerando-se que o ser humano é uma das fontes mais ricas de estimulação simultânea: tom de voz, expressão facial, gestos e referência a objetos e eventos ao redor. O retraimento social e as estereotipias seriam formas de fugir dessa sobrecarga.
Para maiores informações sobre essa linha de pesquisa, consulte Cleonice Alves Bosa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
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