(...) em suma, o "tema" dos neurônios é o corpo, e essa incessante referência ("aboutness", na linguagem da teoria da informação) ao corpo é a característica distintiva dos neurônios, dos circuitos neuronais e de cérebro. A meu ver, essa referência perpétua é a razão pela qual a VONTADE DE VIVER OCULTA NAS CÉLULAS DO NOSSO CORPO PÔDE UM DIA TRADUZIR-SE EM UMA VONTADE CONSCIENTE SURGIDA NA MENTE. As vontades ocultas, celulares, passaram a ser imitadas por circuitos cerebrais. Curiosamente, o fato de que o corpo é o tema dos neurônios e do cérebro também sugere o modo como o mundo externo poderia ser mapeado no cérebro e na mente. Para que o cérebro mapeie o mundo externo ao corpo, precisa da mediação deste. Quando o corpo interage com seu ambiente, OCORREM MUDANÇAS NOS ÓRGÃOS DOS SENTIDOS, COMO NOS OLHOS, NOS OUVIDOS E NA PELE, O CÉREBRO MAPEIA ESSA MUDANÇAS, E ASSIM O MUNDO EXTERNO AO CORPO ADQUIRE INDIRETAMENTE ALGUMA FORMA DE REPRESENTAÇÃO DENTRO DO CÉREBRO. (...)
do livro E o cérebro criou o homem, editora Companhia da Letras, 2011, p. 57
do livro E o cérebro criou o homem, editora Companhia da Letras, 2011, p. 57
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