O Transtorno não verbal da aprendizagem (TNVA) é um transtorno específico da aprendizagem, caracterizado por dificuldades marcantes no raciocínio matemático, na cognição visoespacial, na coordenação motora, na percepção sensorial e nas habilidades sociais, ao mesmo tempo em que estão preservadas algumas habilidades de linguagem (ROURKE, 1989; FORREST, 2004).
A TNVA surgiu na literatura científica ainda na década de 60 do séc. XX, definindo como uma inabilidade em interpretar aspectos não verbais do ambiente (JOHNSON & MYKLEBUST, 1967). No entanto, a denominação atual, bem como sua caracterização sindrômica, foram estabelecidos a partir da década de 70, derivadas dos trabalhos do neuropsicólogo Byron Rourke, da Universidade de Windsor.
O TNVA não se situa entre os Transtornos de aprendizagem mais frequentes, com a dislexia (ROURKE, 1989, PENNINGTON, 2009). Apesar de não existirem estudos populacionais sobre a sua prevalência, estima-se que crianças com transtorno de aprendizagem correspondam a 10% da população em idade escolar, e que pelo menos 1% destas apresentam o TNVA. De fato, o TNVA corresponde a 10% dos motivos de consulta neuropsicológica por queixa de dificuldades de aprendizagem. Existem evidências que sugerem uma prevalência semelhante da síndrome entre os sexos (HARNADEC & ROURKE, 1994). Essa baixa prevalência é um dos principais problemas enfrentados pelos pesquisadores no estudo da síndrome (FORREST, 2204).
Ricardo Moura e Victor G. Haase
do livro: Aprendizagem na Atualidade. Neuropsicologia e Desenvolvimento na Inclusão