sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

LIBERDADE E SKINNER

(...) Quase todos os seres vivos agem buscando livrar-se de contatos prejudiciais. Atinge-se uma espécie de liberdade através de formas relativamente simples de comportamento, denominadas reflexos. Por exemplo, uma pessoa espirra e livra suas vias respiratórias de substâncias irritantes, ou vomita e livra seu estômago de alimentos indigestos ou venenosos. Usa a mão para se livrar de um objeto pontiagudo ou aquecido. Mesmo as formas mais elaboradas de comportamento produzem efeitos semelhantes. Quando aprisionadas, as pessoas lutam ("com violência") e procuram se libertar. Provavelmente, este tipo de comportamento se desenvolveu devido a seu valor de sobrevivência; é a parte do que chamamos de constituição genética humana, como a respiração, a transpiração ou a digestão. E é possível através do CONDICIONAMENTO estabelecer comportamentos semelhantes a novos fatos que não desempenham nenhum papel no processo evolutivo.
...Por outro lado, um papel bem mais importante é desempenhado pelo comportamento que reduz estímulos prejudiciais. Não é adquirido sob a forma de reflexos condicionados, mas como resultado de um processo diferente denominado de CONDICIONAMENTO OPERANTE. Quando um dado comportamento é seguido por uma determinada consequência, maior é a possibilidade de se repetir. A consequência que produz tal efeito é denominada de REFORÇO.
O alimento, por exemplo, é um reforço para um organismo faminto; qualquer coisa que o organismo faça e que seja seguida pelo fornecimento do alimento, provavelmente se repetirá sempre que houver fome.

O MITO DA LIBERDADE - B.F. SKINNER

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

OUTRAS SUGESTÕES

Acaba de ser lançado, sem tradução para o português: "Una mirada desde dentro del autismo" de PEETERS, T. Autismo: de la comprensión teórica a la intervención educativa. Ávila, Autismo, 248 pgs, 2008.

Theo Peeters, criador e diretor do Centro para a Formação de Profissionais em Autismo de Amberes, tenta desmontar neste livro equívocos generalizados em torno do autismo - se é uma doença mental ou um conjunto de problemas de conduta - que apresentam graves consequências para quem convive dia-a-dia com esta condição. Peeters, defende também o caráter essencialmente individual de cada caso.

Saiba mais: www.cedd.net

CARNAVAL EM CURITIBA

Como o melhor do carnaval em Curitiba-Pr (esperando que pessoas do outro lado do mundo vejam este blog, por isso acrescentei o PR), são os livros e filmes, deixo minha colaboração pós carnaval. "VERMELHO DA COR DO CÉU", um filme apaixonante, principalmente para quem trabalha com educação. A história de um menino que perde a visão e vai ser educado numa escola tradiconal Italiana. Esta história mostra, entre outras coisas, o quanto as "novas escolas" precisam mudar os seus currículos. Por isso o filme é único, cheio de sugestões e contrastes na educação de deficientes. Imperdível. Segue a mesma linha do filme "A LÍNGUA DAS MARIPOSAS", filme que todo educador deveria assistir.
É isso.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

DIMENSÃO DOS SABERES

A dimensão dos saberes refere-se ao conjunto de conhecimentos de índole mais teórica que fundamentam as opções de intervenção. Estes conhecimentos vão desde aspectos mais teóricos, tais como o contato com o pensamento e a teorização de diferentes autores, até (e sobretudo) trabalhos de investigação feitos em contextos reais que possam fundamentar a adoção de determinadas opções metodológicas.
No que respeita à Educação Inclusiva, esta dimensão de saberes envolve o conhecimento das características de desenvolvimento e de aprendizagem de alunos com condições não habituais. Envolve certamente a caracterização pedagógica destas condições não habituais de desenvolvimento. Tradicionalmente é dada uma grande ênfase ao estudo das condições de deficiência nomeadamente à etiologia e à patologia em termos clínicos. Precisamos, pelo contrário, reforçar o olhar educacional para as dificuldades encaradas sob o ponto de vista educacional; isto é, conhecer como se avalia, como se planeja, como se desenvolve um processo educacional e de aprendizagem em alunos com dificuldades ou com deficiências que, se não forem enquadradas, poderão influenciar a plena participação no processo educativo. Torna-se importante que o próprio modelo em que estes processos são estudados seja um modelo de inspiração educacional e não clínica.
David Rodrigues
INCLUSÃO: Revista da Educação Especial; V.4, n.2, out. 2008